Universidade e Faculdade

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Curso teórico pode não agradar à família, mas dá boa formação

Quando Cauê Alves, 31, disse que iria prestar vestibular para filosofia, em 1996, a sua família ficou preocupada. “Lá em casa, minha mãe falava que eu ia ser um duro”, lembra, rindo. “Levamos um susto com a notícia, mas, logo no primeiro ano, percebemos que a coisa era séria, pois ele passava os finais de semana estudando”, diz a mãe de Cauê, Margarida Alves, 62, professora aposentada.

Assim como Alves, muitos vestibulandos encontram resistência da família quando escolhem carreiras cujo curso é mais teórico, como filosofia, ciências sociais ou mesmo no campo das ciências exatas, como matemática ou física.

No entanto, casos de sucesso mostram que essa formação pluralista pode ser valiosa para a carreira. A maioria segue na área acadêmica, como professor ou pesquisador, mas há quem encontre oportunidade em outras searas.

Alves, por exemplo, é hoje curador de arte do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Em seu trabalho, ele aproveita os conhecimentos de estética, uma das áreas da filosofia, em que se especializou com um mestrado e um doutorado. Ele diz que hoje a sua família está mais tranqüila e dá um conselho a quem vai prestar vestibular: “Não adianta fazer medicina para pendurar diploma na parede ou entregar o diploma para os pais”.

Anderson Pássaro, 26, sonhava em fazer medicina. No entanto, depois de não passar no primeiro ano em que prestou vestibular, decidiu colocar a física como segunda opção na prova da PUC-SP, que oferece uma ênfase em física médica em seu curso. Aprendeu sobre a atuação do físico em hospitais e hoje trabalha com treinamento na Varian, empresa multinacional que fabrica aparelhos de radioterapia.

Ele conta que foi “picado pelo mosquito da física” logo no início do curso. “Muita gente desistiu quando viu a física pura, mas eu gostei, sempre fui bom em exatas”, contou Pássaro ao Fovest, entre uma viagem e outra a trabalho.

Para o chefe do departamento de filosofia do Mackenzie, Marcelo Martins Bueno, os egressos de cursos com uma forte carga de teoria têm muita chance de colocação no mercado de trabalho.

Ele diz que houve uma evolução nas carreiras da área de humanas nos últimos vinte anos. Para Bueno, a democratização do conhecimento promoveu uma mudança na mentalidade da sociedade e do mercado em relação a esses profissionais. “Há ainda um preconceito pela sociedade e pelo mercado. Mas depois as pessoas acabam percebendo que esse profissional tem um diferencial, uma outra visão de mundo.”

Entre as empresas que valorizam formações variadas, está a Munduscarbo, uma consultoria ambiental especializada em serviços relacionados à mudança do clima. “Temos desde sociólogos e cientistas políticos, como eu, até economistas, engenheiros e biólogos”, conta o gerente de projetos da empresa, Henrique de Almeida Pereira.

Fonte: Folha online

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Estudando pela internet

maio 27, 2008 Posted by | educação | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

Estudando pela internet!

Fala galeraaaa

Hoje vou postar de novo sobre o Educação 24 horas, já que tenho recebido muitos e-mails elogiando o site e o post. Para quem não viu, essa é uma boa dica de conhecer. Eu achei pela internet há um tempo atrás e gostei bastante.

O Educação 24 horas é um site totalmente voltado a criança e ao adolescente. Você consegue encontrar um conteúdo legal tanto para a criança, com jogos educativos e historinhas infantis, onde a criança pode se divertir, aprender e se desenvolver ao mesmo tempo, quanto para os jovens que estão no ensino fundamental e médio, ou até mesmo prestando vestibular, com professores online 24 horas por dia, 7 dias por semana, respondendo a todas as dúvidas que possa ter, inclusive de inglês e espanhol, matérias de atualidades, dicas para o vestibular e material disponível para estudo. É ótimo para fazer trabalhos escolares e pesquisas.

Abaixo segue uma imagem do site com o link:

www.educacao24horas.com.br

Pra quem se interessar, ta ai a dica.

Aproveitem!

Bom feriado para todos!

maio 21, 2008 Posted by | ensino superior | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 4 Comentários

Resumo de livros para o vestibular

Para quem quer uma ajuda com a leitura dos livros, estou postando resumos dos livros exigidos pela FUVEST.

A Hora da Estrela – Clarice Lispector

Rodrigo S.M., o narrador, constitui um dos personagens centrais de “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector. Ao mesmo tempo em que cria e narra a vida de Macabéa, identifica-se com ela, mesmo quando a agride. Dessa forma, você já deve ter percebido que o texto é metalingüístico: um autor – narrador que fala de sua própria obra e busca nela e com ela conhecer-se e reconhecer-se.

Macabéa é alagoana, virgem, ignorante, tem dezenove anos e diz-se “datilógrafa”. Veio para o Rio de Janeiro com uma tia que cuidara dela desde os dois anos de idade. Quando a tia morre, Macabéa muda-se para um quarto que divide com quatro moças que trabalhavam nas Lojas Americanas: Maria da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria.

Raimundo, o patrão de Macabéa, avisa-lhe que será despedida (Macabéa errava demais na datilo­grafia, ficará apenas com Glória (a colega de Macabéa na firma e que se considerava sensual e bonita). Macabéa gostava de ouvir a Rádio Relógio porque os locutores falavam “palavras diferentes” embora ela desconhecesse os significados e não soubesse o que fazer com as informações.

Um dia em que chovia muito, Macabéa encontrou Olímpico de Jesus que se apresentou como Olímpico de Jesus Moreira Chaves, metalúrgico, paraibano. Os dois apresentam ruídos no processo de comunicação: ela por não saber e não ter o que dizer e ele por se sentir superior, principalmente em relação ao aspecto lingüístico, porém pouco sabia. Olímpico era ambicioso, era capaz de qualquer ato para ascender socialmente. Até que ele conhece Gória e resolve afastar-se de Macabéa.

Com o rompimento, Macabéa compra um batom vermelho, pinta os lábios no banheiro da firma em busca da identidade desejada: a atriz Marilyn Monroe. Glória zomba da colega, contudo resolve convidá-la para um lanche em sua casa no domingo. Em seguida, indica-lhe um médico.

O médico, que não gostava de trabalhar com pobres e para pobres, distrata Macabéa e ela, mesmo assim, agradece. Constata-se que Macabéa está com tuberculose.

Quando ela volta a falar com Glória, esta indica-lhe uma cartomante: Madama Carlota. A cartomante mente para Macabéa que sai de lá convencida de que será outra, de que será feliz e de que encontrará seu príncipe. Ao dar um passo para atravessar a rua, ela é atropelada por um carro Mercedes Benz ouro. Esta é a hora da estrela onde ela será “tão grande como um cavalo morto”: ferida de morte, a personagem vomita um pouco de sangue, mas queria ter vomitado “uma estrela de mil pontas”. O narrador termina refletindo sobre a morte não só de Macabéa como a dele, mas “por enquanto é tempo de morangos. Sim”.

maio 20, 2008 Posted by | vestibular | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

O Estresse e o Vestibular

Dica Anti-TPV (Tensão Pré-Vestibular)

Já que você está nessa, você está estressado. E tem que estar, porque o estresse é uma reação natural do seu organismo que ocorre quando você está diante de qualquer situação que represente ameaça ou exija mudança.

E mesmo que seja lá no fundinho a ameaça está aí: Você pensa que poderá ser reprovado ou não conseguir entrar na sua primeira opção. Obviamente a situação exige mudança: estudar mais, ir para uma universidade, encarar seus objetivos de vida e pensar como vai chegar lá…

É estresse que não dá pra por defeito.

Mas você pode:

1) permitir que ele aumente e impeça que você dê conta do recado de vestibulando, sofra um ano inteiro e corra o risco da reprovação ou

2) usar os benefícios do próprio estresse para ter mais pique, compreender e memorizar mais as matérias, e aumentar suas chances de aprovação.

Se você optou pela segunda alternativa, aqui vai uma dica:

Troque a quantidade exagerada pela qualidade. Em vez de entrar para o “Bloco dos Camelos” e estudar 24 horas, organize suas tarefas para que você possa estudar em blocos de 55′ (cinqüenta e cinco minutos) no máximo.

Passados os 55’, faça uma atividade de 15′ que permita com que você se desligue completamente do estudo e se ligue na atividade. Faça o que você mais gosta de fazer.

Veja também:

Ele está chegando.

maio 14, 2008 Posted by | vestibular | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

Universidade privada não segue lei de professor exclusivo

Apenas 37 das 86 universidades privadas do país cumprem a exigência legal de ter um terço dos docentes trabalhando em regime integral, aponta o Censo da Educação Superior 2006 (mais recente).

O prazo para adequação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação se esgotou há quatro anos, mas nenhuma instituição foi punida pelo MEC. De acordo com o MEC, as universidades ainda serão reavaliadas, e as que não cumprirem a norma podem perder o direito de ampliar e abrir cursos sem prévia autorização.

O objetivo de ter professores em tempo integral –custa à instituição mais caro do que um pago por hora– visa incentivar a pesquisa e oferecer melhores condições de ensino (com horário remunerado para preparação de aulas e correção de provas, por exemplo). Nesse regime, a carga horária é de 40 horas semanais, mas somente metade em sala de aula.

maio 12, 2008 Posted by | universidades | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

Até engenharia já é ensinada à distância

Inicialmente restrita aos cursos de formação de professores e administração, a educação à distância começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que sua aplicação não é consensual, como engenharia, enfermagem, ciências aeronáuticas e até disciplinas de medicina.

A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, oferece graduação à distância para as engenharias civil, ambiental, de computação, elétrica e de produção, além de um curso de ciências aeronáuticas.

Em Santa Catarina, o centro universitário Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de produção à distância. A PUC-RS já teve um de engenharia química e a Universidade Federal de São Carlos começou no ano passado sua engenharia ambiental nesse formato.

No caso dos cursos de enfermagem, ao menos duas instituições oferecem ele à distância: Uninove, de São Paulo, e Uniderp, de Mato Grosso do Sul. Licenciatura em educação física pode ser feita na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade Fumec, de Minas Gerais.

Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os alunos de medicina podem fazer parte do curso de graduação na modalidade semipresencial. Parte do conteúdo da disciplina “Técnica Operatória e Cirúrgica Experimental”, cursada pelos alunos do terceiro ano, é oferecida à distância.

Alerta

A maioria dos cursos realizados à distância ainda é dado nas áreas de educação e administração (73% deles estavam nesses dois grupos).

Sua expansão para áreas menos usuais, no entanto, põe em alerta algumas entidades.

No ano passado, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6º Congresso Nacional, aprovou uma resolução de “não apoiar a graduação à distância para formação em qualquer nível”.

Posição semelhante tem o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). “Os cursos da área de saúde exigem formação prática muito grande e não há como oferecê-los à distância. Nos preocupa muito a possibilidade de pessoas que serão formadas para cuidar de gente terem pouco contato com pacientes em sua formação. Não se aprende enfermagem cuidando de bonecos”, diz Manoel Neri, presidente do órgão.

Especialistas em educação à distância defendem a modalidade. Para Vani Kenski, da USP, mesmo nos cursos que exigem mais conhecimento técnico, disciplinas podem ser planejadas para que haja uma parte em ambiente virtual.

Fredric Litto, da Associação Brasileira de Educação à Distância, conta que nos EUA as universidades oferecem graduação em cursos técnicos à distância há bastante tempo. “O curso é mais organizado.”

Cobaias

Valdício dos Passos, 49, e Jonathan De Marco, 24, são colegas no curso de engenharia ambiental à distância da UFSCar com experiências bem distintas. Passos já é formado em engenharia química e não precisou fazer as aulas de cálculo, temor de tantos alunos. De Marco faz um curso superior pela primeira vez.

“O curso exige muito mais disciplina, mas estou satisfeito. Só não sei como estão fazendo os alunos que estão estudando cálculo”, diz Passos.

De Marco responde: “Os coordenadores não estão pegando pesado logo de início. Num curso tradicional, você tem ao lado um amigo que te dá uma força, mas estamos montando um grupo que se encontra no fim de semana. Isso ajuda bastante, além do apoio dos professores”.

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Medicina da UFBA aceita renúncia de coordenador.

maio 9, 2008 Posted by | universidades | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 3 Comentários

Medicina da UFBA aceita renúncia de coordenador

Em reunião da Congregação da Faculdade de Medicina (Fameb) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), realizada hoje, os professores e representantes acadêmicos da instituição resolveram aceitar a renúncia do ex-coordenador do curso Antonio Natalino Manta Dantas e nomearam, por unanimidade, a professora Helenemarie Schaer Barbosa para o posto. Dantas anunciou no domingo a saída.

Ele havia causado polêmica, cinco dias antes, ao tentar justificar os maus resultados da Fameb no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), alegando que os alunos baianos tinham “déficit de inteligência” em comparação com os de outros lugares e que sofriam “contaminação” por causa do sistema de cotas.

Doutora em anatomia patológica, Helenemarie foi nomeada por ser o mais antigo membro do colegiado – leciona na faculdade há 32 anos. “Mais importante, porém, é o fato de ser ela a principal responsável pelo projeto de reforma curricular da instituição”, disse o diretor da faculdade, José Tavares Neto. “Dentro da faculdade, a professora era a principal antagonista do professor Dantas. Ela sofreu grandes pressões enquanto ele era o coordenador.”

De acordo com Tavares Neto, a decisão da congregação foi acertada. “Dantas era muito apegado a tradições, liderava a resistência contra as reformas, e a diretoria não tem ascendência sobre o colegiado”, afirmou. “A nomeação deve facilitar a implementação dos projetos”. A professora não foi localizada para comentar a nomeação.

Diretoria

Depois do encontro do conselho, a diretoria da escola superior divulgou duas notas oficiais, uma relativa à reunião e outra referente à assembléia realizada ontem, entre professores, estudantes e funcionários. Nas duas, a Fameb repudia e pede desculpas pelas afirmações do ex-coordenador do curso de Medicina da faculdade, cobra medidas administrativas contra ele e requer soluções, ao Conselho Universitário (Consuni), ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e à administração central da UFBA, para as “gravíssimas deficiências do curso médico da FMB”, registradas em “pretéritas avaliações (…) de 20 de julho e de 14 de Setembro de 2004, (…) tempestivamente encaminhadas aos colegiados superiores da UFBA”.

“Passados quatro anos daquele pedido desta congregação ao Consepe-UFBA, qualquer auditoria acadêmica é, no mínimo, o reiterado desconhecimento sobre as reais e atuais condições do curso médico na FMB-UFBA”, diz o comunicado, sobre a convocação, na sexta-feira, por parte do reitor Naomar de Almeida Filho, da Câmara de Graduação da universidade, para realizar a auditoria.

Veja mais em:

Coordenador da faculdade de medicina da Ufba renuncia

maio 7, 2008 Posted by | Uncategorized | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 1 Comentário

Coordenador da faculdade de medicina da Ufba renuncia

Dantas causou polêmica ao afirmar que os estudantes baianos tinham “déficit de inteligência”

O coordenador do colegiado da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Antonio Natalino Manta Dantas, anunciou, em nota distribuída neste domingo, que renuncia ao cargo. Dantas causou polêmica ao afirmar que os estudantes baianos tinham “déficit de inteligência” em comparação com os de outros lugares e que sofriam “contaminação” por causa do sistema de cotas.

As afirmações foram feitas como justificativa para o baixo rendimento da Famed no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), do Ministério da Educação (MEC).

Na nota, ele afirma ter renunciado ao cargo de coordenador no dia 30 e pede desculpas pelas declarações. “Por força de um estado emocionalmente comprometido e por uma profunda tristeza, uma irritação incomum e um assomo de destempero arrastaram-me a uma manifestação inadequada, da qual expressamente me redimo”, diz o texto. “Ela não reflete o que vem do meu íntimo, não traduz o meu pensamento, o que, aliás, vem sendo reconhecido e externado pelas pessoas que me conhecem.”

Em alguns trechos da nota, o professor afirma que as declarações foram dadas por pressão de jornalistas – como quando disse que o berimbau, um dos símbolos da Bahia, é o “típico instrumento de quem tem poucos neurônios”. “Fui incisivamente indagado por jornalistas acerca do meu gosto musical, o que certamente foi feito para criar polêmica”, justifica.

As afirmações de Dantas levaram o Ministério Público Federal a instaurar um procedimento administrativo, com o objetivo de apurar se houve conteúdo discriminatório “racial ou de procedência” em suas afirmações.

Na manhã desta segunda-feira, estudantes e professores da Famed reúnem-se em assembléia para analisar a situação da faculdade. Na terça, é a vez de o colegiado da instituição se reunir para definir ações que combatam o mau desempenho nas avaliações. Durante a semana, a Câmara de Graduação da Ufba começa uma auditoria acadêmica na Famed, a pedido do reitor Naomar Almeida Filho.

Confira a íntegra da nota enviada pelo professor:

Com referência ao noticiário veiculado nos meios de comunicação acerca das declarações por mim prestadas sobre o mau desempenho dos estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia no ENADE (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes), esclareço à comunidade que aquelas palavras não refletiram o meu sentimento interior e não condizem com a minha história de vida, notadamente com a minha vida acadêmica.

Pessoas que privam do meu convívio diário conhecem a minha simplicidade, o meu perfil democrático, o meu senso de justiça e o lhano trato que dispenso aos estudantes, professores, funcionários, pacientes, enfim, a todas as pessoas, sem distinção de qualquer natureza.

Não sou racista e não tenho restrições à inteligência da comunidade baiana ou qualquer outra, até mesmo por razões científicas. Na condição de Professor Universitário da área médica, tenho perfeito conhecimento que, haja vista a apresentação tão homogênea do genoma na espécie humana, não se permite precisar ou definir a existência real de raças entre os indivíduos. Em outras palavras: os seres humanos são biologicamente iguais.

Instado por jornalistas para justificar o baixo desempenho dos estudantes de Medicina no ENADE, e insistentemente cobrado a me manifestar sobre um resultado que ainda não era de meu conhecimento, fui colhido de surpresa. Por força de um estado emocionalmente comprometido e por uma profunda tristeza, uma irritação incomum e um assomo de destempero arrastaram-me a uma manifestação inadequada, da qual expressamente me redimo. Ela não reflete o que vem do meu íntimo, não traduz o meu pensamento, o que, aliás, vem sendo reconhecido e externado pelas pessoas que me conhecem.

Além disso, algumas das minhas declarações foram publicadas de forma descontextualizada, o que culminou num sem número de interpretações distorcidas e equivocadas, todas elas distantes do meu propósito e do seu real significado.

Se efetivamente entendesse ter o baiano QI baixo, não teria ressaltado, na mesma ocasião, o bom desempenho alcançado no ENADE pelos estudantes da Faculdade de Medicina de Ilhéus e da Faculdade de Direito da UFBA, que também são baianos. Demais disto, sou baiano, como de resto toda a minha família e os mais longínquos dos meus ancestrais.

Conforme declarei, várias podem ter sido as causas que levaram os estudantes de Medicina ao desempenho insatisfatório. Ante a insistência para que eu apontasse a causa desse resultado, limitei-me a esclarecer que isso certamente decorria da soma de múltiplos fatores. Jamais tive a intenção de apontar o sistema de cotas, tampouco a implantação intempestiva da transformação curricular, como causa direta do resultado. Num universo de possibilidades, não posicionei certezas.

Dos meus quase setenta anos de vida, quarenta e dois foram dedicados ao ensino da medicina, sempre tendo mantido com os estudantes um trato amistoso e sem incidência de problemas. Tenho respeito e admiração pelos mesmos, que são selecionados por um altamente competitivo e qualificado exame vestibular.

Embora isso nada tenha a ver com o ENADE, fui incisivamente indagado por jornalistas acerca do meu gosto musical, o que certamente foi feito para criar polêmica relativamente à cultura afro-brasileira. Esclareço ter minhas preferências musicais, que são ou não coincidentes com as de outras pessoas, e tenho toda a liberdade de expressá-las. Aliás, como bem disse, recentemente, o Ministro Ayres Britto, do STF, a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade. Respeito os gostos alheios e queiram me desculpar aqueles onde o meu desagrado recaiu. Sobre o berimbau, por exemplo, a minha falta de familiaridade com o mesmo me levou a uma noção distorcida. Diante das explicações dadas nos últimos dias pelos experts, contudo, passei a concebê-lo como um instrumento musical complexo e de difícil execução.

Por outro lado, acrescento que esses resultados do ENADE referem-se a período anterior a minha gestão de coordenador do curso de graduação da FAMEB, cargo para o qual fui eleito há tão somente um ano, por unanimidade dos membros presentes na sessão, dentre professores e representantes estudantis. Entretanto, em razão da repercussão e o mal-estar causado pela interpretação dada às minhas declarações, comuniquei a minha renúncia ao Sr. Diretor da Faculdade no último dia 30.

Por fim, que fique evidente: não sou racista ou preconceituoso e acredito em Deus.

Peço desculpas. Não tive a intenção de ofender a quem quer que seja.

ANTONIO NATALINO MANTA DANTAS”

Veja mais em:

Curso isolado de medicina tem melhores notas.

maio 5, 2008 Posted by | universidades | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 2 Comentários

Curso “isolado” de medicina tem melhores notas.

Faculdades isoladas de Medicina têm melhores notas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) do que universidades públicas e particulares. Ou seja, as instituições voltadas apenas para o ensino médico, com complexo hospitalar próprio e rede de atendimento para a população local, se diferenciam das demais. O exame é uma das etapas da avaliação do ensino superior feita pelo Ministério da Educação.

A constatação aparece em estudo elaborado a partir dos resultados do Enade 2004, quando ingressantes e concluintes em cursos de Medicina foram avaliados pela primeira vez nesse exame. O trabalho é do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação. Para elaborar o levantamento, as instituições foram separadas por organização acadêmica, categoria administrativa e tempo de criação do curso.

A presença de um complexo hospitalar próprio ou conveniado, com atendimento ambulatorial que seja referência na região, passou a ser, desde o final do mês passado, uma das exigências do MEC para abertura ou renovação dos cursos de Medicina. Adotadas pouco antes de o ministério divulgar a lista dos 17 cursos da área que serão supervisionados por causa de notas ruins no Enade, as novas regras foram criticadas pelas associações de faculdades particulares, mas defendidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Veja mais em:

MEC que melhoria em 20% dos cursos de medicina.

maio 2, 2008 Posted by | ensino superior | , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , | 3 Comentários